segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

É só tristeza de fim de festa.

Que diferença faz,
 se no fim
 tu vais embora?

Minha alma chora,
se enamora
e depois esquece.

Uma mágoa a mais.
E nada mais.
Adeus pra nós.

Ouvindo: "I Know it's Over - The Smiths"

domingo, 17 de novembro de 2013

Bipol-ar.

Licença aqui que eu quero externar minha tristeza.
Chorar meu choro.
Prantear meu pranto.
Verbalizar o sofrimento.

Licença novamente, preciso declarar minha alegria.
Sorrir meus sorrisos.
Rir meus risos.
E bipolarizar a poesia.

domingo, 27 de outubro de 2013

Porque tudo se destrói

Eu cultivo mágoas.
Aquele lance de tomar veneno esperando que o outro morra.
Porra, cê ainda não viu como eu lido com o remorso, frustração e com mais alguns desses sentimentos autodestrutivos.
Autodestruição é a resposta? Isso é uma pergunta.
Ela está nos maços de cigarros, nas garrafas de bebida e no olhar dos traficantes.
Essa navalha que te corta nessa tristeza cega.
Ou é a tristeza que te corta como uma navalha cega?
Autodestruição é a pergunta?
A resposta está nos cancerosos, nos alcoólatras e no óbito dos viciados.
A navalha continua cortando, a tristeza continua cegando e autodestruição continua sendo completamente
nada.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Entre o orgulho e lamentações, quase nada.


Se sem o seu orgulho não lhe resta nada,
com ele não me sobra nada de você.
Tens tão belos olhos mas não vê, 
um bom coração mas não sente.

Lamento por essa cegueira que lhe insensibiliza. 

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Havendo.

Havendo um deus ou um diabo
que nenhum dos dois se esqueça
dessa tua pequeneza de alma
e nem perdoem tua insensibilidade
e falta de amor ao próximo.
Havendo um destino
Karma ou eterno retorno
que todos lhe castiguem por
essa pequena alma insensível que tens.
Que o próximo te perdoe.

domingo, 8 de setembro de 2013

Dizem que o amor machuca.
Ledo engano.
O que machuca é não saber amar.
Essa mágoa que corrói, 
castiga, 
machuca.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

É, Só.

não é desprezo.
é o cansaço de tentar.
é a tristeza de não ver progresso.
é quando você levanta da cama, não vê o sol e pensa no porquê da vida ser assim, meio escura.
é só a dor do corte.
é só o medo da morte.
é só pra contar com a sorte.

domingo, 11 de agosto de 2013

Sex, sex, sex.

Digamos que seja apenas sexo, desejo e descontrole.
Digamos que os músculos estejam cansados pelo esforço repetitivo 
e que o suor escorre quente por todo o corpo.
Digamos que o pudor nunca é relevante quando unhas cravam nas suas costas
ou a respiração se torna ofegante e a voz murmúrios.
Digamos que errado é deixar de fazer.
Façamos.

domingo, 21 de julho de 2013

Confissões

Eu estou preso em um meio-termo. Eu sou um meio termo.
Logo eu que não consigo escrever nenhum texto com mais de dez linhas, que não sei posicionar vírgulas ou manter uma coerência entre o que digo e o que faço. Logo eu que compro livros que vou demorar meses para começar a ler, que escuto bandas desconhecidas e tento fugir do clichê enquanto o mesmo está impregnado em mim.
Ai de mim que sou metade preguiça e metade desassossego, que falo palavrão pra caralho e tenho uma péssima dicção. Eu, que tenho medo de julgamentos e sou meio desengonçado para andar (e sou mais patético ainda correndo). 
Essa minha preferencia pelo silêncio ao assunto forçado, não por me achar superior ou arrogante, mas por puro constrangimento em não ter o que falar. Aqueles textos melancólicos escritos de madrugada, acho que por culpa da depressão e da minha falta de amor próprio. Esperar demais das pessoas e oferecer muito pouco de si pra si mesmo, era isso.
Sobre minha fé: Me incomodava, mas acreditar em nada tem sido melhor. Ou pior, depende do dia. Acho que a solução é a aceitação. Aceitar tudo aquilo de concreto que me cerca.
Das minhas desilusões: Não saber jogar xadrez, não falar inglês e não ter fôlego pra jogar futebol (mesmo sendo inábil, mas a culpa não é minha se nunca pude jogar bola na rua pra praticar um pouco).
Esse sou eu. Meio-termo-eu.

Trago.

Não gosto de poesia água com açúcar,
de gente sem sal e
do meu humor amargo. 
De resto, eu trago.

Não gosto de gente água com açúcar,
de poesia sem humor e
do meu resto. 
De trago, eu amargo.




Feito em colaboração com
Deb ().

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Ponto de vista


Daqueles poemas que saem no engasgo:
medo, aflição e dor.
Daqueles poemas que saem no riso:
alegria, sorriso e rima.

O que você vê daí de cima?
Te escrevo e nem me lês,
no meio dessas suas madrugadas
frias e consternações aleatórias.

Desses poemas que te destroem,
reconstroem e rimam.
O que você vê daí de cima?

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Nem tudo na vida é falta de fé ou excesso de cafeína


Deus, acho que nós falhamos. Perdi a fé, me excedi no café e escrevo quando tenho vontade. Escrevo não sei porquê e nem pra quem. Eu só escrevo. A fé eu deixei cair pelo caminho. Meu café é amargo. Minha escrita é ruim.

Deus, nós nos equivocamos um pouco. O combinado era amar, não era? Estou amando. Meu amor é doce. E eu só amo. Não, não sou puro. Tem dessas ainda? Meu amor é razoável.

Deus, creio que nos ausentamos demais. Deixei gente pelo caminho. Perdi carinho. Pedi carinho. Estou levando a saudade, que é meio amarga, tipo o meu café. Tem também a nostalgia, outro erro nosso.

Deus, devíamos nos perdoar. Perdão pelo café amargo, pela escrita ruim, pela doçura do amor, pela ausência e pela nostalgia. 

Perdoa.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

¡Utopia!

Verás que um filho teu não foge a luta.
Filhos, filhos da puta.
Passa o isqueiro e a gasolina.
Fogo no pavio.
Aqui só nossa mãe é gentil.

Hey, Che!
Foda-se você, a tevê e a Coca-Cola dessa tua Cuba Libre.
Hey, prefeito! 
Foda-se você e essa tua família.
Hey, homem de farda!
Se pusermos minha ideologia contra essa tua arma,
qual das duas mata?

domingo, 9 de junho de 2013

isso aqui nem tem seu nome.

Um dia eu volto pra te buscar e a gente tenta ser feliz. Você abandona seus vícios, eu esqueço meus fracassos e assim iremos. Não sei pra onde e nem porquê. Mas vamos. Você topa? Deixe de lado as mágoas, isso só vai afetar seu coração e machucar seu fígado, por causa dessas noites de bebedeiras. Apaga esse cigarro porque a fumaça me impede de ver seus olhos. Tá, eu errei, porra! Falei demais, fui displicente demais. Mas esquece, esquece, esquece. Isso. Não durmo direito há dias. Você meio que se tornou um engasgo sentimental pra mim. Eu já disse que errei, errei mesmo. Ok, um dia eu volto.
E te busco.
E a gente tenta.
Ser.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

É?

Escrevendo como se fosse morrer amanhã,
soterrando 
minha 
falta 
de 
fé.

Morrerei amanhã,
não
tenho
asas.
irei
a
pé.

domingo, 2 de junho de 2013

Hey!

Hey amor, perdoa.
Os dramas, os medos, as lágrimas e a incerteza.
Hey, meu bem, me faça.
Realista, corajoso, feliz e forte.
Hey querida, seja.
Só seja.

O resto,
seremos.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Boa parte de mim foi embora.

Dos "Eu te amo" que me dissestes, quantos respondi? Pois bem, não me lembro. O amor por você sempre me foi evidente, mas nunca soube expressá-lo. Quando me dizias que meu futuro seria belo, nunca desacreditei. Mas na verdade nada tem sido belo sem sua presença. Seu rádio velho já não está ligado junto com a TV, e tu não debates milhares de assuntos aleatórios comigo. Suas piadas e bordões se calaram. Seus cigarros sequenciais já não são mais acessos.

Quatro de setembro de dois mil e doze. Meu coração desabou como as torres gêmeas. Não chorei em meio ao caos. Quando criança sempre fostes o meu consolo, então fui forte. Fui homem quando quis ser menino. Quis culpar o mundo, as circunstâncias, sua angústia, meu distanciamento. Engoli em seco a dor e a chorei em madrugadas de insônia, num pranto silencioso para que ondes queres que estejas, não pudesses me ouvir.

Hoje sou saudade. Saudade que me aflige e aperta o peito. Hoje sou amor reprimido que nunca poderá ser entregue. Hoje sou memórias doces. Hoje sou o desejo de te homenagear sendo quem querias que eu fosse. Meu muito obrigado, tio.

"Naquela mesa ta faltando ele, 
e a saudade dele ta doendo em mim."

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Pois bem, desconsidere

O ar é condicionado
assim como todos os
seus pensamentos para
servir e não ter vontade
própria.

Seu desejo por anarquia
não vai lhe sustentar no
fim do mês, então poderás
substituí-lo pela gratidão
em ter uma renda fixa.

Podes estar sendo obrigado
a entrar no jogo, só não amenize
sua revolta. Um dia ela lhe
será útil e poderás por fogo
em um banco e encontrar sua
tão desejada "paz".

Faria

Faria um haikai para o seu sorriso
Um poema pro seu olhar
Um texto científico que explique seus trejeitos
Uma biografia para a sua história
Um conto para os seus sonhos
Um romance para os seus amores.

Faria uma comédia para lhe aliviar as dores
Das suas indecisões, faria um drama
Contos eróticos dos seus desejos 
Suspense para os seus questionamentos.
E se não existisses, eu simplesmente lhe
Faria.

domingo, 24 de março de 2013

Juro

Juro
que esse é o
último poema triste
que faço pensando
em você.

Juro
que é a última vez que 
me entristeço em
lembrar dos seus olhos
castanhos.

Juro
que nossa banda favorita
não vai mais machucar tanto
quanto machuca
agora.

Juro
que aceitarei todas essas
suas escolhas, imaturas e
ilusórias e lhe 
apoiarei.

Juro
que respeitarei uma 
métrica no próximo 
poema e nele
pararei de
mentir.

quinta-feira, 21 de março de 2013

L.E.R

Machuquei a mão. Lesão por esforço repetitivo. Machuquei o coração. Lesão por esforço repetitivo. Não posso dizer que esqueci, só amenizei. Não posso dizer que estou imune a mágoa. Lembro de datas, horários, roupas, perfumes e lugares. Olhares. Aqueles olhares ainda colaboram para a minha mágoa.

Olhei para trás. Estou e fui sozinho. Terei que me bastar assim. Bastar, eu disse. Não "ser completo". Não consigo. Meu amor próprio tem me castigado por vingança pelo tempo em que eu completamente o ignorei. Reservei meu tempo e me arrumei. Sempre pronto. Você não. Tudo se repetiu diversas vezes e acabou me cansando. Lesão por esforço repetitivo. Vai passar. Tem que passar. Algo tem que sair do repeat.

Para começar a superar tive que perder um pouco de alma. Deixei uma parte da minha personalidade ir embora, e me arrastando, encontrar a saída de emergência. Lesão por esforço repetitivo.

Escrevi o rascunho disso aqui à caneta, com a mão machucada. Escrevi isso aqui com o coração machucado. Mesmo que lesione, o esforço pode valer a pena. Ou não.

terça-feira, 19 de março de 2013

But New York cares.



O Metrô a noite tem cheiro de cansaço e falta de esperança.
Sua alma está apodrecendo, desembarque pelo lado direito do trem.
Essa não é a vida que você queria ter, cuidado com o vão entre o vagão e a plataforma.
Tomou seus remédios hoje? Não atrapalhe o fluxo, não fique em frente as portas.

O combinado era viver e não apenas sobreviver.
Vai nesse? Tá cheio. Que horas são?
Estou perdendo minha alienação diária.
A confusão mental é só um ponto de vista. Mais duas integrações e um ônibus.

Tá lendo o quê? Ah sim, ótimo livro.
Aquela ali desembarcando agora podia ser a mãe dos seus filhos, não é mesmo? Nunca vais saber.
O Metrô a noite tem cheiro de cansaço.
Ainda há esperança.

E o cansaço é eterno.

terça-feira, 12 de março de 2013

Muda

Num apelo mudo,
seu olhar me disse
"Muda".
Mudo.
Seu silêncio gritante
fazendo meu mundo desmoronar.
Levaste minhas convicções,
queres algo mais?
Mudar?
Mudo.
Lutar?
Luto.
Calar?
Calo.
Se me queres mudo,
eu mudo para te fazer
MUDAR.

sábado, 9 de março de 2013

Dona

Créditos: Camila Dutra (@camilaa___)

Sorri nervosa e trêmula.
Mãos frias e coração quente.
Teme a dor porque sente demais.
Mal sabe que o mundo a pertence.
Controla o choro, acende um cigarro.
Vê num dia claro novas esperanças.
Esconde as cicatrizes da alma
e calma, compreende:
"O mundo é meu".
É.
Vai lá, menina!
De graça mostre sua graça.
Quebre corações e reconstrua o seu.
O mundo é teu.
Quem dera fosse eu.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Bom conselho

Escrevendo para todos e para ninguém.

Tento me convencer de que estou realmente bem.

Chico me dá um bom conselho,

diz que dormir é inútil para aliviar a dor.

Buarque está certo.

Até no sono não há descanso.

Sonhos ainda me querem fazer cantar "Nunca é tarde, nunca é demais".

Acordo dolorido.

Vou pra rua e bebo.

A tempestade.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

O pior malabarista do mundo

Meio-dia. Sol a pino.
Trânsito caótico, ônibus parado.
No farol o malabarista mais inapto que já vi faz sua apresentação.
Tentativas vãs de não deixar cair nenhuma bolinha.
O circo da falta de futuro.

O mundo além de injusto, tem a contribuição do destino.
Destino, péssimo malabarista.
No malabares da vida, alguns sobem demais. Outros apenas caem.
Que a sorte suspenda a gravidade, e você, pequeno malabarista, alcance o céu.
E nunca caia.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Sobre o que não foi

Nunca soube escrever, mas sempre escrevo.
Nunca soube viver, mas vivo.

Talvez eu não saiba amar, mas continuo tentando. Me iludo dizendo que vai dar certo, que um dia algo se encaixará na sua mente e você sentirá a minha falta. Como se de uma hora para outra você fosse ouvir a banda que mais gosto e se lembraria de mim. A verdade é que não, nada disso irá acontecer. Não se importas comigo e minhas camisetas nunca te servirão de pijama.
Também não irás ler Bukowski e se perguntar "Por que será que ele gosta tanto disso?". Eu sei, querida, não se culpe. Um dia minha mente tenta te esquecer. Ela nem irá mais se lembrar do jeito que você sorri.
Nem do seu perfume.
Nem dos dias que sofreu pela sua ausência.

Nunca soube mentir, mas sempre minto.
"Não me faças caso ou vou me perder".

Oh, she's bad.

Estou escrevendo para avisar que enjoei do seu cinismo. Parti para outra sem nunca ter entrado nessa.
Cansei.
Tenho pressa.
O balanço do seu desprezo me deixou enjoado.
Cansei.
Vou para outro lado.
Se sentir falta, esqueça.
Cansei.
Não apareça.
Sempre fui piegas, querida. Nunca notaste? Acho que não.
Cansei.
Todo um sofrimento vão.
Agora devolva o tempo que desperdicei contigo.
Cansei.
Estou indo procurar abrigo.
Ah, sobre esse seu sorriso tão bonito?
Cansei.
Não consigo fingir que não ligo.

domingo, 6 de janeiro de 2013

Isso aqui é um soco na boca da sua autoestima

É difícil aceitar que você é medíocre. Os milhares de livro que já leu, os filmes clássicos que viu, as discussões de filosofia com os seus professores do ensino médio; nada disso te faz menos medíocre.

Não adianta se comparar com pessoas que você despreza para se sentir superior. Medíocre. Medíocre és. Você está fadado à isso. É quase genético.

E não se iluda com elogios. Eles são mais fugazes do que a sua própria prepotência. Mais vazios que o seu tão superestimado ego. Não se sinta mal. Ser porra nenhuma é bom. Ria. Olhe para a sua tão bela e falha existência e ria.