sexta-feira, 24 de maio de 2013

Boa parte de mim foi embora.

Dos "Eu te amo" que me dissestes, quantos respondi? Pois bem, não me lembro. O amor por você sempre me foi evidente, mas nunca soube expressá-lo. Quando me dizias que meu futuro seria belo, nunca desacreditei. Mas na verdade nada tem sido belo sem sua presença. Seu rádio velho já não está ligado junto com a TV, e tu não debates milhares de assuntos aleatórios comigo. Suas piadas e bordões se calaram. Seus cigarros sequenciais já não são mais acessos.

Quatro de setembro de dois mil e doze. Meu coração desabou como as torres gêmeas. Não chorei em meio ao caos. Quando criança sempre fostes o meu consolo, então fui forte. Fui homem quando quis ser menino. Quis culpar o mundo, as circunstâncias, sua angústia, meu distanciamento. Engoli em seco a dor e a chorei em madrugadas de insônia, num pranto silencioso para que ondes queres que estejas, não pudesses me ouvir.

Hoje sou saudade. Saudade que me aflige e aperta o peito. Hoje sou amor reprimido que nunca poderá ser entregue. Hoje sou memórias doces. Hoje sou o desejo de te homenagear sendo quem querias que eu fosse. Meu muito obrigado, tio.

"Naquela mesa ta faltando ele, 
e a saudade dele ta doendo em mim."