domingo, 21 de julho de 2013

Confissões

Eu estou preso em um meio-termo. Eu sou um meio termo.
Logo eu que não consigo escrever nenhum texto com mais de dez linhas, que não sei posicionar vírgulas ou manter uma coerência entre o que digo e o que faço. Logo eu que compro livros que vou demorar meses para começar a ler, que escuto bandas desconhecidas e tento fugir do clichê enquanto o mesmo está impregnado em mim.
Ai de mim que sou metade preguiça e metade desassossego, que falo palavrão pra caralho e tenho uma péssima dicção. Eu, que tenho medo de julgamentos e sou meio desengonçado para andar (e sou mais patético ainda correndo). 
Essa minha preferencia pelo silêncio ao assunto forçado, não por me achar superior ou arrogante, mas por puro constrangimento em não ter o que falar. Aqueles textos melancólicos escritos de madrugada, acho que por culpa da depressão e da minha falta de amor próprio. Esperar demais das pessoas e oferecer muito pouco de si pra si mesmo, era isso.
Sobre minha fé: Me incomodava, mas acreditar em nada tem sido melhor. Ou pior, depende do dia. Acho que a solução é a aceitação. Aceitar tudo aquilo de concreto que me cerca.
Das minhas desilusões: Não saber jogar xadrez, não falar inglês e não ter fôlego pra jogar futebol (mesmo sendo inábil, mas a culpa não é minha se nunca pude jogar bola na rua pra praticar um pouco).
Esse sou eu. Meio-termo-eu.

Trago.

Não gosto de poesia água com açúcar,
de gente sem sal e
do meu humor amargo. 
De resto, eu trago.

Não gosto de gente água com açúcar,
de poesia sem humor e
do meu resto. 
De trago, eu amargo.




Feito em colaboração com
Deb ().

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Ponto de vista


Daqueles poemas que saem no engasgo:
medo, aflição e dor.
Daqueles poemas que saem no riso:
alegria, sorriso e rima.

O que você vê daí de cima?
Te escrevo e nem me lês,
no meio dessas suas madrugadas
frias e consternações aleatórias.

Desses poemas que te destroem,
reconstroem e rimam.
O que você vê daí de cima?