quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

O pior malabarista do mundo

Meio-dia. Sol a pino.
Trânsito caótico, ônibus parado.
No farol o malabarista mais inapto que já vi faz sua apresentação.
Tentativas vãs de não deixar cair nenhuma bolinha.
O circo da falta de futuro.

O mundo além de injusto, tem a contribuição do destino.
Destino, péssimo malabarista.
No malabares da vida, alguns sobem demais. Outros apenas caem.
Que a sorte suspenda a gravidade, e você, pequeno malabarista, alcance o céu.
E nunca caia.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Sobre o que não foi

Nunca soube escrever, mas sempre escrevo.
Nunca soube viver, mas vivo.

Talvez eu não saiba amar, mas continuo tentando. Me iludo dizendo que vai dar certo, que um dia algo se encaixará na sua mente e você sentirá a minha falta. Como se de uma hora para outra você fosse ouvir a banda que mais gosto e se lembraria de mim. A verdade é que não, nada disso irá acontecer. Não se importas comigo e minhas camisetas nunca te servirão de pijama.
Também não irás ler Bukowski e se perguntar "Por que será que ele gosta tanto disso?". Eu sei, querida, não se culpe. Um dia minha mente tenta te esquecer. Ela nem irá mais se lembrar do jeito que você sorri.
Nem do seu perfume.
Nem dos dias que sofreu pela sua ausência.

Nunca soube mentir, mas sempre minto.
"Não me faças caso ou vou me perder".

Oh, she's bad.

Estou escrevendo para avisar que enjoei do seu cinismo. Parti para outra sem nunca ter entrado nessa.
Cansei.
Tenho pressa.
O balanço do seu desprezo me deixou enjoado.
Cansei.
Vou para outro lado.
Se sentir falta, esqueça.
Cansei.
Não apareça.
Sempre fui piegas, querida. Nunca notaste? Acho que não.
Cansei.
Todo um sofrimento vão.
Agora devolva o tempo que desperdicei contigo.
Cansei.
Estou indo procurar abrigo.
Ah, sobre esse seu sorriso tão bonito?
Cansei.
Não consigo fingir que não ligo.